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Comecei minha jornada nômade durante a pandemia em Florianópolis, e desde então, não parei mais. Em 2022, percorri quase todo o litoral do Brasil em 140 dias, visitando mais de 16 estados e vivenciando muitas histórias, experiências e criando networking. Após realizar vários testes A/B para avaliar minha capacidade de viver uma vida nômade internacional, decidi me aventurar pelo Sudeste Asiático em 2023, realizando um sonho que tinha desde 2017, quando visitei um templo budista. E também já estruturei +400 palavras-chave organicamente na primeira página do Google.
“Quero gradecer ao @gutospineli pelo podcast Vida Nômade. Cara, tem sido demais! Cada episódio é tipo uma injeção de energia positiva na minha rotina. Suas histórias e dicas são super realistas e têm me feito repensar algumas coisas na minha vida. Agradeço demais por compartilhar essa vibe boa. Continua com esse trampo incrível que você tá fazendo. Mal posso esperar pelos próximos episódios!”
“Deixando meu agradecimento ao @gutospineli pelo papo e as dicas fodas sobre a experiência de nômade digital na Ásia. Pedi só umas dicas e sai querendo comprar passagem pra amanhã! Haha Valeu mesmo pela força!”
“Quero te passar o feedback sobre a mentoria de nomadismo, Augusto. Ela foi um diferencial no início da minha trajetória como nômade. Com todos os assuntos e dicas eu dei meu primeiro passo em sair da minha terra natal para explorar mais o mundo e não só viajar como turista. Todos os detalhes discutidos me ajudaram a criar uma rotina melhor de trabalho e conseguir meus objetivos. Sou muito grato a essa mentoria por ter me ajudado a dar o pontapé inicial.”
A tendência do nomadismo digital chegou para mostrar que há novos meios de viver a vida que vão muito além do que nós conhecemos. Abaixo, apresento algumas perguntas frequentes que costumo receber para esclarecer ainda mais o tema.
Nômade digital é um profissional que trabalha de forma remota e, portanto, não precisa estar presente em um escritório, cidade ou país em particular. Ele pode trabalhar em qualquer lugar do mundo, desde que tenham uma boa conexão à internet. Alguns exemplos mais comuns de nômades são redatores, SEO, mídia buyer, programadores/desenvolvedores, criadores de sites, empreendedores, fotógrafos, designers entre outros.
Como você pôde perceber, o estilo de vida nômade digital consiste em dois aspectos:
Isso quer dizer que nem todos que trabalham de forma remota são automaticamente nômades digitais. Eles também precisam da parte nômade. Por outro lado, os viajantes de longo prazo e que realizam trabalhos locais também não são nômades digitais. Nesse caso, falta a parte digital.
Além disso, é importante acabar com um mito de uma vez por todas: nômades digitais não trabalham na praia. O sol, o calor e a areia tornam o trabalho com o laptop muito complicado. As fotos servem somente para postar no Instagram.
Não existe uma profissão específica para o nômade digital. Alguns exemplos mais comuns de nômades são redatores, SEO, gestores de tráfego, programadores/ desenvolvedores, criadores de sites, empreendedores, fotógrafos, designers entre outros. Eu sou um Especialista em SEO, mas poderia ser advogado ou arquiteto. Há muitas profissões que permitem o trabalho remoto.
Apesar de trabalhos como redação, design e marketing digital serem caminhos potenciais, não existem limites para ingressar nesse mercado. Tudo está mudando o tempo todo no mercado de trabalho desde a chegada da internet.
Basicamente, o nômade digital pode viver em qualquer lugar, contanto que tenha uma boa conexão à internet. No entanto, por razões óbvias, alguns lugares são mais amigáveis para receber os nômades digitais: vida barata, boa infraestrutura, paisagens, culturas, logística, comida, festas, voos, internet rápida e outras questões pesam na escolha.
Alguns exemplos são Bali, na Indonésia, Chiang Mai, na Tailândia; Budapeste, na Hungria; San Diego, nos Estados Unidos; Puerto Viejo, na Costa Rica; e Florianópolis, no Brasil. Nesses locais, comunidades inteiras de nômades digitais foram surgindo e, assim, houve uma explosão de cafés e espaços de trabalho em conjunto para suprir a demanda.
Como a sua localização não importa, você pode morar em qualquer lugar do mundo. Seu trabalho pode ser executado no alto de uma montanha no Nepal ou em uma comunidade ribeirinha na Amazônia. A condição é que você tenha acesso à internet.
Como muitos nômades digitais são freelancers ou empreendedores, você pode fazer sua programação. Se não gosta de trabalhar de manhã, pode começar seu dia de trabalho à tarde, por exemplo.
A flexibilidade do nômade digital é sinônimo de mais felicidade e satisfação no dia a dia. Muitos trabalhadores desse mercado só atuam com aquilo que amam. Eu, por exemplo, dificilmente faço algo de que não gosto.
Com esse estilo de vida livre, é natural começar a adotar práticas como meditação, yoga, minimalismo e alimentação saudável. Isso nos ajuda a nos tornar mais conscientes e também nos deixa mais fortes para lidar com muitas imprevisibilidades.
Os nômades digitais estão longe de serem ricos. No entanto, com mais satisfação, é possível aumentar a produtividade e ganhar mais. Quanto mais qualificado, maior a renda. Eu, por exemplo, pratico valores totalmente diferentes daqueles de 6 meses atrás.
Além disso, muitos nômades optam por lugares baratos e com ótima qualidade de vida, como Tailândia ou Indonésia. Na minha maior experiência até hoje, escolhi Florianópolis, em Santa Catarina, por me proporcionar qualidade de vida e ser uma cidade muito segura do que São Paulo, apesar de ser apaixonado pela capital paulista. Bali, na Indonésia ganhou muito minha admiração pela cultura, religião, energia e diversão no sudeste asiático. O mundo tem muitos lugares incríveis, cada um com seus pontos positivos e negativos, cabe você identificar quais você mais gosta para seu estilo de vida.
Nem tudo é um mar de rosas e existem muitas dificuldades no universo do nomadismo digital. Se você realmente está disposto a se tornar um nômade digital, saiba que terá que enfrentar algumas desvantagens. Aqui, descrevo três dos problemas mais evidentes que podem surgir.
1. Muito, mas muito trabalho
Principalmente se você está no início, não existe moleza. O trabalho nômade está longe de ser um período de férias prolongado. Você precisa trabalhar horas para se estabelecer em sua nova vida e ser bem-sucedido. Terá que ter estômago e desenvolver um mindset de gestão de tempo, inteligência emocional e lidar com reset frequentes.
Sabe o que é se esforçar horas para fazer um artigo e ganhar 1 curtida? Pois é, esse tipo de situação é comum. Além disso, não existem feriados, e se você ficar doente, ninguém pagará pelo seu dia. Você deverá manter sua produtividade, custe o que custar, mesmo que esteja em uma praia paradisíaca.
2. A vida de um nômade é completamente instável
Grande parte dos nômades digitais não conta com contrato permanente. A renda nunca é garantida e é preciso conquistar novos clientes. Todo mês é diferente e pode ser de grandes projetos ou nenhum. O mesmo vale para hospedagem. Constantemente, o nômade precisa achar lugares para viver — e esses locais precisam ter boa internet, o que nem sempre acontece. Eu criei um tática excelente, que me ajuda tanto no Brasil quanto na gringa.
No meu caso, sofri alguns perrengues com a internet lenta no Nordeste e perdi algumas reuniões por conta dessa situação. Vamos combinar que não é todo mundo que consegue administrar isso de forma tranquila. Você já se perguntou se você é essa pessoa?
3. Vida social de um nômade
É claro que é super legal conhecer gente nova o tempo inteiro à medida que você viaja e trabalha. Mas ao mesmo tempo, você está constantemente dizendo adeus às pessoas. É importante que você perceba de alguma forma que isso é uma situação positiva. Eu gosto de refletir sobre como tenho a oportunidade de conhecer o melhor lado das pessoas, afinal, estou vendo a parte positiva delas enquanto estão viajando.
Ou seja, nem sempre dará tempo de estabelecer relações de amizade sólidas. Eu mesmo perdi as contas dos dias que passei sozinho, e essa solidão, às vezes, dói bastante. Comece encarar a solidão como sua melhor amigo(a).
Infelizmente, não é possível ver família e velhos amigos com tanta frequência. Você perderá eventos sociais importantes, como aniversários, batizados e casamentos, porque está longe e muitas vezes atolado de trabalho. Eu perdi o crescimento da filha do meu primo preferido, por exemplo, e isso me doeu bastante.
Suponho que você esteja iniciando suas pesquisas para ingressar no universo do nomadismo digital. Acertei? Se sim, vou auxiliar você com a minha experiência de mais de 3 anos. Meu objetivo é fazer com que você tome a melhor decisão! Afinal, é importante que você esteja convencido de que esse estilo de vida é a exatamente o que busca.
Saiba o que realmente importa para iniciar no nomadismo
É muito importante que você obtenha o máximo de informações a respeito desse estilo de vida. É justamente isso que estou me esforçando para fazer.
Recomendo que você estude sobre o trabalho de pessoas como o meu em SEO e outros do meio digital. O importante é que você se certifique de que sabe onde está se metendo. Seja sempre honesto consigo mesmo e veja se pode lidar com imprevistos e desvantagens. Você tem de estar pronto para superar os obstáculos que certamente surgirão todos os dias.
Pense nas razões pelas quais você quer se tornar um nômade digital
Comigo, aconteceu de forma racional. Como contei, quando comecei, estava validando minha experiência nos bairros de Florianópolis como nômade local. No seu caso, é preciso pensar: você quer viajar e trabalhar e ver se consegue gerenciar seu tempo?
Então, talvez iniciar como nômade local em uma cidade no Brasil seja a melhor opção. Ou você está cansado de encarar o trânsito para chegar à empresa em que trabalha apenas? Se for esse o ponto, pode ser que um trabalho remoto seja a escolha ideal. Não me entenda mal, só quero te ajudar a fazer as melhores escolhas. Afinal, a vida nômade é para aqueles que tem estômago.
Faça pequenas experiências
Sim, foi o que eu fiz! Comecei devagar pelo Brasil — e agora, estou viajando a Ásia. Demorei dois anos para tomar essa coragem, afinal, são muitas diferenças culturais, fuso horário, logística, língua, estratégia financeira. Por isso, antes de você vender todos os seus bens e comprar uma passagem só de ida para Bali, trabalhe de forma remota por algum tempo.
Outra possibilidade é conseguir um trabalho freelancer. Veja se você tem disciplina para se manter produtivo. No meu caso, eu descobri que sou a organização em pessoa, isso me trouxe muita segurança, com os boletos chegando, o foco e a produtividade também chegam rapidinho.
De qualquer forma, é preciso ter em mente que, ao menos no início, você não terá muito lazer, pois deve estar preparado para trabalhar por longas horas. Vida nômade não é luxuosa e incrível como parece ser no Instagram.
Quais são as três opções atualmente:
1. Trabalhador remoto corporativo
Se você tem um trabalho tradicional sendo CLT, a forma mais fácil de ganhar dinheiro na internet é fazer o que você faz, mas remotamente. Converse com seu chefe e veja se existe a possibilidade de entregar suas tarefas de forma totalmente remota.
Se não for possível, você pode sondar outras empresas e posições semelhantes. Talvez alguma esteja disposta a contratar um profissional remoto.
2. Freelancer
Essa é a posição em que me encontro — atendo clientes de diferente países, que são: USA, Portugal e Brasil. O trabalho como freela é um excelente ponto de partida para a sua vida de nômade digital. Mas não pense que é fácil. É preciso ter muita dedicação na gestão do tempo e comprometimento nas entregas.
3. Empreender
Caso você queira iniciar seu próprio negócio, como vender livros ou cursos, recomendo que converse com pessoas que já fazem isso, participe de comunidades no Facebook e no LinkedIn e escreva um plano de negócios. É o caminho mais difícil, mas o mais sonhado pelos nômades. Afinal, a ideia é que você gere renda passiva e tenha um mínimo de estabilidade financeira enquanto viaja.
Planeje-se para começar sua vida nômade
Será que a essa altura você já está convencido de que quer se tornar um nômade digital? Então, será muito importante estar preparado para essa transição. Aqui, destaco alguns passos que você pode seguir.
Economize dinheiro: principalmente no começo, pode demorar para gerar renda. Eu recomendo que você tenha uma reserva para viver por ao menos 3 meses, caso tudo dê errado.
Termine contratos: se você sair do seu emprego tradicional, avise seu chefe com antecedência. Também cancele TV, academia, internet, escola de inglês (eu, por exemplo, tomei prejuízo em academia e no inglês; por favor, não repita isso) etc. Além disso, tenha atenção à questão fiscal.
Resolva a sua moradia: se você tem um teto fixo, decida o quanto antes o que será feito. Defina se você encerrará o aluguel ou, caso seja proprietário, se alugará.
Cuide dos seus bens: você pode se livrar daquilo de que não precisa mais. No meu caso, não possuo muita coisa, mas tenho uns 70 livros e, com dor no coração, deverei vendê-los.
Tire passaporte e visto e organize-se em relação à saúde: cheque se seu passaporte está ok e se precisa de visto. Além disso, não se esqueça do seguro-saúde ou comprovantes de vacina (alguns países exigem comprovantes internacionais de vacinas).
Garanta acesso ao dinheiro: você precisa de uma conta e de cartões de crédito para ter acesso a dinheiro em qualquer lugar do mundo.
Reserve voo e hospedagem: em relação ao voo, é bom verificar se o país exige bilhete de retorno. No caso da moradia, recomendo Airbnb (uso sempre), mas se você é mais flexível e precisa economizar muito, pode optar por outros locais mais baratos, como hostels, co-living, guest house ou alugar um quarto no Airbnb, por exemplo.
Uma observação muito importante deste contexto é você vai adaptar muitos pontos relevantes ou não para sua jornada. A vida nômade é personalizada e não existe essa de ctrl + C e ctrl + V da vida nômade do coleguinha. Fiquei claro? Bom, espero que sim!